Com a vida corrida, comemos em frente à TV, no trabalho, ao volante e até ao telefone. Jogando comida para dentro, não aproveitamos nada e perdemos a noção da quantidade. Com os sentidos desligados, ganhamos peso. E o contrário também funciona: colocar nosso lado sensorial para trabalhar é uma boa forma de emagrecer.

Quando estamos ocupadas, e bem na hora da refeição, deixamos passar despercebidos os sinais sutis de saciedade. Daí, comemos além da conta. Para quem só pensa em encher a barriga quando aperta a fome, o segredo é alimentar também o cérebro.

Estudo da Universidade de Bourgogne (França) sugere que a presença do cheiro de frutas antes das refeições torna o cérebro mais propenso a fazer uma opção alimentar mais saudável. Já vimos aqui como o olfato pode ser trabalhado na alimentação, quando falamos do garfo que emagrece. Entretanto, neste estudo, a utilização dos aromas é bem mais abrangente.

A pesquisa observou 115 pessoas, divididas em dois grupos. Metade foi para uma sala pulverizada com o aroma de pêras. O restante foi para outro ambiente, sem nenhum cheiro específico. Após alguns minutos, os participantes foram reagrupados, desta vez em frente a um buffet, para uma refeição completa.

A diferença de comportamento se manifestou justamente na hora do doce. 75% dos participantes que não foram induzidos ao aroma optaram pelos doces, como brownie. Entre os que foram expostos ao aroma de frutas antes da refeição, a mesma proporção optou pela escolha saudável, como frutas.

Esta descoberta pode ser de grande valia para escolas e empresas, onde aroma similar pode ser borrifado no refeitório, por exemplo. Ou, quem sabe, em casa. Antes de se servir, cheire bem forte uma maçã que esteja sobre a mesa. É certo que ela será sua sobremesa. Esta é uma boa forma de incentivar o cérebro, que muitas vezes sabota nossa dieta, a funcionar a nosso favor.