A beleza real está nas bancas

Já sabemos o que programas de computação gráfica fazem pela aparência nas fotos. E desconfiamos das belas que aparecem na mídia justamente por isso. Para ser mais verdadeira, imprensa no…

Tempo de leitura: 4 min.

Já sabemos o que programas de computação gráfica fazem pela aparência nas fotos. E desconfiamos das belas que aparecem na mídia justamente por isso. Para ser mais verdadeira, imprensa no Chile elimina o tratamento de imagens. A beleza real está no foco.

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Se todos exigimos que um jornal deva divulgar apenas a verdade dos fatos, como podemos aceitar que manipulem ou veiculem fotos alteradas, para que modelos pareçam mais magras e bonitas?

Diante deste dilema ético e moral, o grupo de mídia chileno El Mercúrio criou o “Compromisso pela Imagem Saudável da Mulher”.

Desde janeiro, todos os veículos do grupo, principalmente a revista feminina Ya, seguem três diretrizes básicas na linha editorial.

1. Não utilizar Photoshop para alterar a imagem real das pessoas

2. Contratar modelos maiores de idade e com índice de massa corporal superior a 18.5

3. Evitar promover estereótipos femininos físicos e não saudáveis para as mulheres.

Mas tirar simplesmente a maquiagem eletrônica não tornou as coisas mais fáceis para os editores.

Fotógrafos e agências ainda se mostram resistentes em trabalhar com modelos mais cheinhas ou verdadeiras “demais”.

Sua ideia de beleza, por assim dizer, é sem curvas, sem rugas, sem carne ou sem marcas do tempo.

Sem humanidade.

Agora que as regras estão definidas, para a editora de revistas do El Mercurio, Paula Escobar, a dificuldade passa a ser pensar as reportagens por outra lógica.

É necessário romper com a ideia de que o corpo mais bonito é, necessariamente, magro e jovem.

Segundo Paula, “sabemos que é só o começo, mas isso nos enche de esperança de que seja possível ajudar para que nossas filhas deixem de sonhar em ser bonecas quando crescerem e aceitem-se como são”.

Que belo exemplo.

Afinal, não é justo nos produzirmos por horas e horas se, ao final, temos que competir com as imagens estereotipadas da beleza feminina.

Porque, assim, todas pensamos: até eu!

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