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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Com sabor semelhante ao espinafre, o agretti está tornando-se raro na Itália, de onde é originário. E em toda a Europa. O motivo é que os chefs e apreciadores da boa mesa desenvolvem uma paixão não correspondida por esta rara hortaliça.
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Durante séculos, os campos nativos da também conhecida como barba de frade ou alga-da-terra foram transformados em cinzas, utilizadas na fabricação de vidro.
Este costume prevaleceu até a invenção do método sintético de produção de vidro, no século 19.
Agora, uma vez mais a planta, com folhas em forma de agulha, tem inflacionada sua demanda. Sem, contudo, poder corresponder à expectativa de seu novo público, os chefs e gourmands do Velho Mundo.
O agretti é tradicionalmente servido com azeite e gotas de limão, que acentuam seu gosto mineral.
Tudo graças à fama que o agretti está conquistando via televisão, em programas culinários como o MasterChef, que buscam sempre por sabores diferentes e autênticos para atrair maior audiência.
O resultado é que não apenas o vegetal desapareceu dos mercados, como suas sementes também tornaram-se escassas.
Tradicionalmente neste cultivo, apenas 30% das sementes vingam.
Além disso, enchentes nas regiões da Umbria e Lazio, na Itália, também contribuíram para o cenário atual.
A expectativa é que o mercado comece a se normalizar em 2016.
O curioso é ver como uma planta, que já foi considerada como mato, pode reverter o panorama gastronômico.
Pois este é exatamente o potencial das chamadas pancs (plantas alimentícias não convencionais), que vicejam entre frestas de calçada e terrenos baldios de nossas cidades.
A situação do agretti nos mostra como a riqueza e diversidade nutricional de alimentos valiosos pode estar sendo manipulada pela indústria de alimentos.
E como só o conhecimento pode nos salvar desta ignorância alimentar.
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