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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Eles gostam muito de comer pernas de rã. A ponto de serem conhecidos pelo hábito, de maneira nada lisonjeira. Mas na França ninguém se importa – e este é exatamente o problema.
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A culinária francesa é reverenciada em todo o mundo.
Mas, além dos queijos, vinhos, crepes, macarons e tantas outras especialidades, algumas preferências causam espanto fora de seus limites territoriais.
É o caso do escargot, o famoso caracol; da carne de cavalo e de pombo e, por último, das pernas de rã.
Ou, como são chamadas em francês, “cuisses de grenouille”.
A ideia, em si, faz sentido.
Isso porque a carne é rica em proteínas, ácidos graxos ômega-3, vitamina A e potássio.
Entretanto, esta é uma paixão que se encontra atualmente sem limites.
Isso porque este apetite peculiar pelo prato especialmente popular na parte leste do país, especificamente na região de Vosges, coloca o animal em risco de extinção.
A preferência de franceses (e belgas) está levando espécies na Indonésia, Turquia e Albânia à beira da extinção, segundo um relatório do grupo alemão conservacionista Pro Wildlife.
Atualmente, a Europa importa até 200 milhões de rãs selvagens por ano, contribuindo para um sério esgotamento de espécies nativas no exterior.
Neste ritmo, os cientistas estimam que a rã d’água da Anatólia pode ser extinta na Turquia até 2032, enquanto outras espécies, como a rã-d’água albanesa (Pelophylax shqipericus), estão seriamente ameaçadas.
Esta também é a situação da rã-de-java da Indonésia (Limnonectes macrodon).
A preocupação vem do fato de os anfíbios serem o grupo mais ameaçado entre os vertebrados, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza.
Quem não quiser que não coma, alguém há de pensar.
A questão não é tão simples.
O comércio de pernas de rã não só tem consequências diretas para as próprias rãs, mas também para a conservação da natureza.
Isso porque estes animais desempenham um importante papel no ecossistema como predadores de insetos.
De onde os sapos desaparecem, o uso de pesticidas tóxicos aumenta.
E aí o problema chega ao prato de todos, não apenas dos apreciadores de pernas de sapo.
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