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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Em busca da boa forma e de uma saúde tão compatível quanto, não é possível acreditar em tudo que lemos. Principalmente quando as palavras dizem tão pouco – e da maneira mais colorida possível.
Fazer compras com fome é um perigo. Ainda mais quando esta fome é de informação. Diante das prateleiras, não é só o olhar que se confunde ao encarar uma possível barra de chocolate como uma viável fonte de nutrientes.
Este é o argumento da publicidade que, travestida de dados, conduz a alguns mal entendidos. E o que vemos escrito está lá exatamente para isso. Mesmo quem fica ligado nesta hora pode – e será – enganado. Entre o que passa despercebido está todo o açúcar e sódio escondidos, que só vão aparecer na balança ou, pior, nas leituras em fósforo verde dos monitores que pulsam ao lado dos leitos hospitalares.
Confira a seguir os 12 “desmandamentos” das embalagens de alimentos que apostam nesta confusão, em cartazes muito bem produzidos pelo site Buzzfeed, com a colaboração de Laurie David, produtor executivo do documentário Fed Up (algo como “Estamos cheios”, relacionado ao excesso de comida), que está sendo lançado nos Estados Unidos.
Não há melhor e mais honesta fonte de nutrientes que os alimentos naturais. Acreditar num rótulo que traz esta afirmação ou é carência ou autoenganação. Numa fruta de verdade, por exemplo, são encontrados fitonutrientes que se complementam, e que ajudam ao corpo a absorver melhor as vitaminas que nele se encontram.
Neste caso, a “fruta verdadeira” que se adiciona aos alimentos é um concentrado de suco, rico em açúcar. Neste processo, os nutrientes das frutas são inteiramente perdidos.
A não ser que você tenha a doença celíaca, um alimento livre de glúten não faz a menor diferença em uma dieta normal.
Não confunda baixo teor de gordura como sendo uma coisa boa. Na verdade, o que acontece é bem o contrário: para um alimento com pouca gordura ficar palatável, é preciso compensar sua fórmula com o acréscimo de açúcar e outras substâncias processadas.
Com uma legislação que permite quase tudo para as indústrias de alimentos, esta é uma afirmação tão vazia de significado quanto de nutrientes. Quando salgadinhos e nuggets de frango alegam ser “100% natures”, há algo de muito errado nisso.
Aqui pode até ser verdade, mas um alimento que contenha grãos integrais não está absolvido de outros males adicionados. Nos cereais e barrinhas encontramos muito açúcar, que faz mais mal que o bem das fibras neles encontradas.
Como é possível ser “sem açúcar” e ainda apresentar-se doce? Só com muito adoçante artificial.
O ômega 3 adicionado aos alimentos pode vir de várias fontes, como óleo de sardinha, anchovas, algas e o que a indústria chama de “gelatina” de tilápia. Isso dificilmente torna os alimentos mais ricos, e o ômega 3 só está sendo neles adicionado para poder aparecer no rótulo. A recomendação é contar com este óleo essencial de fontes naturais, como abacate e salmão.
Neste caso, é importante considerar o que entra no lugar da gordura presumivelmente ausente. A resposta é açúcar escondido e conservantes artificiais, com o qual o sistema digestivo terá dificuldade em lidar. O recado é: ao encontrar um rótulo que diga “sem gordura”, ou “teor reduzido” de gordura, o produto deve ser evitado.
Aqui cabe muita desconfiança, para tentar entender qual é a fonte desta proteína. A maior parte vem com a adição de proteína isolada de soja, que é uma fonte muito pobre e pouco recomendada.
O colesterol só existe em produtos de origem animal, como carne e laticínios. Portanto, se uma bolacha carrega com ostentação esta informação, só está dizendo o óbvio. Além do que, alimentos com até 2 miligramas de colesterol podem alegar serem livres do composto.
Legalmente, uma marca pode alegar que seus produtos são “livres” de gordura trans, mesmo que delas tenham pouco menos de uma grama por porção. Entretanto, se você se serve mais de uma vez, estará consumindo uma grama inteira. Fique de olho no rótulo, quando ao que ele traz sobre gorduras parcialmente hidrogenadas.
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