Será que nascemos na época errada? Por muito tempo, ostentar curvas foi sinal de status. Acredite, quilinhos a mais já estiveram na moda. Hoje, é a barriga chapada que determina os novos padrões estéticos. As musas – de todos os tempos – que se cuidem.

A obsessão pela forma perfeita já foi dos pintores. Agora, é das modelos. E não falo apenas das profissionais das passarelas e dos cliques pagos. Modelos somos todas nós – pelo menos, para nós mesmas. Trabalhar esta autoaceitação já é bem difícil sem que nos fiquem policiando. Mas não dá para evitar a exposição aos apelos visuais da publicidade, das telenovelas e de praticamente qualquer peça de comunicação.

A beleza idealizada é bem diferente do que somos e podemos ser. Em todas as imagens veiculadas, suspeitamos da manipulação. Não foi sempre assim. Através da história da arte, pintores desde Ticiano a Rubens e Gauguin encontraram inspiração nos corpos de mulheres que hoje seriam criticadas pelo seu Índice de Massa Corporal.

Se o passado te condena, o Photoshop absolve. Para criticar esta “patrulha” pelo manequim de um cabide, o site Take Part fez uma “revisão histórica” em quadros clássicos, reduzindo vários centímetros das musas de então. Muitos vão considerar um sacrilégio contra as obras de arte. Outros vão pensar, de novo, que já é hora de atualizar seu próprio look. É para estes que estamos aqui, compartilhando o melhor do que diz respeito ao viver bem.

A proposta é questionar os padrões estéticos. Já temos falado bastante deste assunto, que envolve a nossa autocrítica. Confira a seguir a galeria.

Ticiano, Vênus e Eros, 1544

Jean Auguste Dominique Ingres, Grande Odalisca, 1814

Edgar Degas, La Toilette, 1884–86

Raphael, Três Graças, 1504–1505

Paul Gauguin, Duas Mulheres do Tahiti, 1899

Francisco Goya, Maya, 1797–1800

Sandro Botticelli, O Nascimento de Vênus, 1486

Amedeo Modigliani, Nu Sobre o Divã, 1917