O respeito pelas diferenças culturais é fundamental. Por isso, italianos revoltam-se com campanha do McDonald’s que ironiza a preferência nacional pela pizza. Não é a publicidade, mas nossa cultura que nos faz pensar sobre as escolhas alimentares. 

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Multinacionais não são conhecidas pela sutileza.

Por isso, qualquer deslize revela-se monumental.

Esta tem sido a proporção da reação dos italianos diate de novo comercial do McDonald’s, que promove sua refeição infantil.

O anúncio dura míseros 20 segundos.

Nele, vemos uma família em uma pizzaria, enquanto o garcon anota os pedidos.

Ao chegar a vez da criança, ela pede um McLanche Feliz.

Neste momento, todos são transportados para o cenário de uma lanchonete da rede de fast food, e então sorriem.

“Na primeira vez em que assisti, não pude conter o riso, de tão ridículo que este comercial é”, declarou Eduardo Pagnani, proprietário da Pizzeria Brandi, uma das mais famosas de Nápoles, em entrevista ao jornal Washington Post.

“Daí percebi que o anúncio ridiculariza nossas tradições para promover seu produto. O comercial é injusto e enganador”, continua.

Como bom italiano, Pagnani descreve a preferência da criança como uma “blasfêmia”.

A revolta não se restringiu à concorrência.

Numa reação à altura, donos de pizzarias estão financiando um comercial que responde à provocação.

Uma petição na internet, exigindo a retirada do material do ar, já reuniu quase 30 mil assinaturas.

Ao mesmo tempo, milhares de pessoas no país estão usando a hashtag #happypizza, para demonstrar seu orgulho pátrio no apoio ao prato tradicional da gastronomia local.

O McDonald’s revela não só desconhecer a cultura onde tenta se inserir como prefere ridicularizá-la em seu benefício.

Ainda mais em um país que preza pela tradição e a família.

Pensando bem, entre um lanche rico em gordura trans e uma pizza, fica difícil escolher qual opção é a mais danosa, ainda mais sob o ponto de vista da nutrição infantil.

Confira o comercial a seguir, e julgue por você mesma.

Agora, veja a resposta irônica, assinada pelo “povo napolitano”.