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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Às voltas com a polêmica do glúten, o trigo já foi mais importante. Ao longo do tempo, a indústria alterou seu sabor e perfil nutricional. Um laboratório trabalha para resgatar seu valor. E para nos reapresentar a um pão que é muito melhor do que conhecemos.
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Não há nada mais simples e tradicional que um pão francês, certo?
Diante de familiaridade com esta receita, um dos primeiros itens inscritos no cardápio da memória, não queremos surpresa.
Pois o pãozinho que você adora comer desde criança não é mais o mesmo.
Nem quando você era criança.
Houve um tempo em que pães de tamanho uniforme e na mesma cor, feitos de farinha branca refinada, aditivos, conservantes e sal em excesso, não existiam.
Os pães eram pesados, ricos e nutritivos.
Os processos industriais levados à agricultura globalizada uniformizaram não só o produto, mas o trigo com que é feito.
E, consequentemente, o paladar.
Um laboratório montado dentro de uma padaria, na Washington State University (Estados Unidos), trabalha para reinventar o gosto perdido.
A ideia é, através do cultivo de grãos considerados extintos, produzir pães e massas com sabores diferentes.
Imagine sair da simples dúvida entre farinha refinada e integral para ascender a outro nível, em que nos veremos diante de opções trigos de cepas diferentes?
Já vimos como nos prejudica abrir mão do sabor e nutrição de milhares de espécies, só porque a indústria alimentícia favorece o cultivo de pouca diversidade – leia sobre o “sommelier de tomates” aqui.
Oferecer uma alternativa à uniformidade é a missão do Bread Lab (“Laboratório do pão”), onde cientistas, agricultores, chefs e panificadores dividem a bancada para reinventar o pão nosso de cada dia.
Como atesta em seu website, “nosso objetivo é combinar ciência, arte, curiosidade e inovação para explorar maneiras de utilizar grãos únicos e de produção local para levar a panificação a outro patamar”.
Assim, química, biologia e botânica são utilizados para produzir sementes orgânicas, manipulando pólen de uma espécie de trigo para o estigma de outra (por exemplo, uma variedade espanhola chamada Aragon 03).
Com estes grãos, são feitos pães 100% integrais, que utilizam apenas quatro ingredientes: farinha, água, sal e levedura selvagem.
Vamos torcer para que o resultado deste trabalho não demore a chegar às nossas prateleiras, prazo que o Dr. Stephen Jones, diretor do Bread Lab, estima em até cinco anos.
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