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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Pequenas descobertas nos abrem portas para uma vida melhor. Leia minha última coluna publicada na revista Veja.
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Tem dias que a gente acorda com certa irritação que parece inexplicável.
Acontece comigo.
Não com frequência, mas acontece.
Imagino que seja um fenômeno comum, faz parte da nossa natureza.
É um estado de espírito que, se não combatido a tempo, pode arruinar o dia.
Qualquer pequeno contratempo ganha dimensões de grande problema.
Nessas horas, o que fazer?
O primeiro passo é tentar entender o que está acontecendo.
Não adianta acionar o velho conhecido mecanismo de autodefesa e atribuir a culpa a fatores externos.
O mau tempo, por exemplo, costuma ser um eterno candidato ao posto de vilão.
Afinal, com chuva, frio e vento, não dá vontade de se arrumar para sair.
Outros suspeitos de sempre são uma resposta atravessada, o barulho da cidade, os atrasos dos outros em compromissos ou consultas.
Enfim, qualquer coisa sobre as quais não temos poder de interferência.
Ocorre que a origem da nossa irritação em geral se encontra em algum compartimento dentro de nós.
Se a má notícia é que somos responsáveis pela nossa raiva temporária do mundo, a boa notícia é que a solução está ao nosso alcance.
Para evitar a irritação desnecessária precisamos começar praticando o autoconhecimento.
Não estou pensando em Sócrates nem dos gregos antigos.
“Conhece a ti mesmo” é um aforisma clássico, mas que serve mais como ponto de partida para a reflexão sobre as grandes questões da humanidade.
O que tenho em mente carrega uma dimensão mais prática da vida.
Acho muito útil, naqueles dias entortados pelo mau humor, identificarmos o que nos tirou do sério.
As fontes de estresse podem ser muitas.
Uma noite mal dormida, uma atividade física inadequada, talvez álcool em excesso, ou algo que comemos e não caiu bem.
Pode ser também a lembrança de uma conversa difícil, que mexe com a nossa cabeça, ou uma sandália apertada que nos incomoda o pé.
De um extremo ao outro, autoconhecimento é saber o que nos faz mal.
É saber o que devemos deixar de lado.
Uma maneira de nos entendermos melhor é prestando atenção nos outros.
Não para julgar ninguém, mas para termos uma espécie de espelho da nossa alma.
Como disse Jung, “tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos”.
Observar aquilo que nos faz mal, porém, é só metade do autoconhecimento.
A outra metade, igualmente importante, é notar aquilo que nos faz bem.
Quanto a mim, sei que uma caminhada revigorante pela natureza me é benéfica, da mesma maneira que o convívio com pessoas queridas, o tempo necessário para desenvolver minhas receitas e, claro, uma alimentação equilibrada.
Tudo isso requer atenção, foco no que é essencial para cada um de nós.
O proveito maior em geral se revela nos detalhes.
Não basta comer de maneira saudável, é preciso saber escolher os alimentos de acordo com suas propriedades.
Não basta fazer caminhadas por uma trilha qualquer, é preciso eleger um percurso que nos diga algo.
São pequenas descobertas como essas que aos poucos nos abrem as portas do autoconhecimento e permitem que façamos as pazes conosco.
Publicada originalmente na revista Veja.
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