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Somos a média das pessoas que nos cercam. Leia minha última coluna publicada na revista Veja.
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O escritor americano Jim Rohn, coach motivacional com passagens por multinacionais, calculou certa vez o número de pessoas que nos influenciam mais diretamente.
Chegou à conclusão – isso no século passado – de que nós somos a média das cinco pessoas com quem mais nos relacionamos.
Não sei as contas que ele fez e desconheço seus critérios e metodologia.
Se tivesse tido a oportunidade de refazer a soma hoje, o palestrante certamente levaria em conta a mídia social e os grupos de internet, incipientes em seu tempo (ele morreu em 2009), e multiplicaria o tamanho do grupo de influenciadores.
O número exato, de qualquer maneira, não tem tanta importância assim.
Cinco, sete, uma dúzia, tanto faz.
O relevante é constatar que realmente captamos a energia de quem está ao nosso lado.
Durante o auge da pandemia, devido ao distanciamento social, restringimos os contatos e ficou mais fácil identificar tais influências.
Se é verdade que somos a média das pessoas que nos cercam – e acredito que sim – seria um excelente exercício de autoconhecimento listar a contribuição alheia para nossa formação.
Meu maior “influencer” é o meu marido, Luiz.
Com ele, eu me liguei ainda mais no mundo, abri a cabeça para novas perspectivas.
Minha filha Giovana, que apostou suas fichas no esporte nesses tempos de confinamento, tem sido sempre uma referência.
Na média do que sou – nos termos de Rohn – tenho também muito da minha enteada Fernanda e do meu filho Tiago, ambos sempre em busca de uma nova aventura, o que me reabastece de energia vital.
A influência vem também de quem tem os olhos voltados para a descoberta do mundo.
Nossas netas, minhas e do Luiz, nos ajudam a manter acesa a curiosidade natural de quem quer se abrir para o que ainda ignora.
E há os grupos de WhatsApp, claro.
Destaco o Parlatório, em que políticos, empresários e intelectuais, generosos no compartilhamento de informações e pensamentos, trocam impressões sobre o Brasil e o mundo.
Pessoas com algum grau de confiança em si mesmas não costumam ter problema em admitir influências.
Sabem que a originalidade do pensamento não tem a ver com combustão espontânea, como se uma boa ideia não se apoiasse em boas ideias anteriores.
Artistas, executivos, profissionais de saúde, arquitetos – qualquer um que faça algo está ciente do fato de que, alguma vez na vida, deve ter sido receptáculo de influências.
Não se ergue uma catedral no ar, a partir do nada.
O edifício da sabedoria e do conhecimento, da mesma maneira, é assentado sobre uma fundação na qual pedras sobrepostas preparam a base sólida para a construção.
Um chef que desconstrói pratos contemporâneos, por exemplo, provavelmente terá uma dívida profissional, seja com a avó que lhe ensinou como amassar o pão ou com Le Cordon Bleu, a tradicional escola parisiense de alta culinária.
O que podemos aprender com os outros pode ser transformador, indicar caminhos e limpar obstáculos à frente.
Mas a essência de cada um é é única.
Como escreveu um poeta, “só nos influencia aquilo que já está em nós mesmos”.
Publicado originalmente na revista Veja.
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