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Intolerância à lactose não existe. É o que afirma endocrinologista portuguesa em seminário internacional, que visa explicar a relação entre o leite e a evolução do ser humano. Mas, como assim?
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Assunto da moda, a intolerância alimentar tem revelado atingir mais pessoas pela cabeça que pelo aparelho digestivo.
Assim, muitas pessoas aderem a dietas restritivas sem apresentar sintomas de alergia ou hipersensibilidade a certos ingredientes, como o glúten e a lactose.
Mas, e se estivermos todos enganados?
Ao menos sobre a lactose, a endocrinologista portuguesa Isabel do Carmo afirma que a suposta intolerância ao ingrediente é uma falácia.
Sua opinião deve ser levada em conta, já que a médica é fundadora da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade.
Seu polêmico argumento foi apresentado durante o seminário Consumo de leite e laticínios – O que pode estar a mudar, que aconteceu no dia 13 de janeiro/2016, em Lisboa.
Para a especialista, a tendência resulta da influência da indústria de produção de soja.
Segundo a Dra. Isabel, já há milhares de anos os europeus possuem a enzima chamada lactase, que quebra a lactose, e permite ao organismo processar este açúcar presente no leite.
Em entrevista ao jornal Público, ela declarou que “a mutação tem sete mil anos, e não há nenhuma mutação atual no sentido contrário”.
A médica sublinha, a propósito, que a tendência para se deixar de consumir derivados de leite também não faz sentido, visto que estes alimentos não possuem lactose.
“Quando o leite se transforma em iogurte ou queijo, mesmo para quem tenha efectivamente intolerância, deixa de haver lactose e passa a haver ácido láctico (a lactose transforma-se em ácido láctico por fermentação) e o valor nutricional se mantém”.
Como o seminário é organizado pelo Observatório dos Mercados Agrícolas e das importações Agro-alimentares, percebe-se que a questão entra em evidência não apenas pelo ponto de vista nutricional.
Isso porque a tendência de se evitar o ingrediente tem afetado a indústria de laticínios em Portugal e na Europa.
Mas o tema revela-se bem mais amplo.
Afinal, sobre o consumo do leite existem três perspectivas.
A saúde, com as intolerâncias; o ambiente, com o impacto que as vacas têm no consumo de energia e na produção de gases com efeito de estufa; e os direitos dos animais, com as condições em que são criados.
Do ponto de vista alimentar, ninguém esquece ser o leite um excelente alimento, que permite a produção de derivados e a sua utilização para diversos fins culinários.
Sob o aspecto nutricional, fornece proteínas, vitaminas e minerais de elevada qualidade e baixo valor energético.
Entre prós e contras, o importante é que os consumidores tenham informação correta e possam, esclarecidamente, fazer as suas escolhas.
Para ter certeza de que cólicas abdominais, flatulência e abdômen distendido sejam consequência da intolerância à lactose, a doutora Isabel do Carmo sugere que sejam feitos testes laboratoriais.
“O que sabemos é que estamos em mudança do ponto de vista ambiental”.
“Há substâncias novas ligadas ao alimento e à produção alimentar, como conservantes e aditivos, mas também o ar que respiramos”.
“Tudo junto pode originar um conjunto de casos”, completa.
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