Junte-se a mais de 100,000 pessoas que recebem conteúdos semanais por e-mail.
Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Não espere o futuro chegar para construí-lo à sua maneira. Leia meu artigo, que foi publicado originalmente na revista Veja.
Não comerás como antes – Conheça a revolução da comida disruptiva
Construa sua longevidade – Velho ou jovem é questão de decisão
Leio e ouço muitas especulações sobre o futuro que virá.
Como será a vida nas cidades, no trabalho, nas escolas, nos restaurantes?
Como será o convívio com as pessoas, com a família, amigos e colegas de trabalho?
Quem poderia imaginar que, um dia, em vez de pegarmos a bolsa ou o guarda-chuva para sair de casa, pegaríamos a máscara?
Essa indumentária meio estranha, meio esquisita que, de repente, passou a ser essencial como um sapato.
O curioso é que as máscaras, na minha opinião, estão fazendo com que as pessoas fiquem menos “mascaradas”.
Porque o acessório encobre quase tudo no rosto; menos o olhar, que acaba ganhando destaque.
Difícil se deixar enganar por um olhar mais triste, mais alegre, mais preocupado, apaixonado ou deprimido.
Os olhos denunciam o amor e e a dor, assim como o sofrimento e o medo.
E o maior medo neste momento é de não podermos mais conviver fisicamente com as pessoas: olhar no olho, abraçar, beijar e ficar bem perto de quem gostamos.
E aí nos deprimimos: será que vai ser assim para sempre, ou ao menos até inventarem uma vacina contra o coronavírus?
Ainda que o país e o mundo comecem a ensaiar um retorno à normalidade, ninguém tem a resposta segura de como será esse novo tempo.
Por outro lado, não acredito que seja hora de ficar imaginando o nosso futuro.
É um exercício meio inútil, porque o futuro, tal como o passado, não existe de fato, a não ser em nossa cabeça: o passado na forma de memória, o futuro como projeção.
Tudo o que temos, de verdade, é o presente.
Cada um de nós saberá o que fazer quando a vida voltar ao normal.
Talvez o segredo para superar a angústia das incertezas seja estar aberto ao que vier, sem expectativas.
Independentemente do que nos precisamos estar cada vez mais fortes, física e espiritualmente.
Quando as circunstâncias se apresentam como incontornáveis, como é o caso desta pandemia, as mudanças mais profundas vêm de dentro para fora.
Tenho uma história pessoal de superação que me ensinou muito.
Obesa de 120 quilos, fumante inveterada, pouco atenta à saúde, um dia resolvi mudar e comecei a botar em ordem o que me parecia mais visivelmente errado: meu corpo.
Foi um tremendo esforço, mas, depois que cuidei da minha saúde, tudo começou a se encaixar e melhorar em todos os planos.
Foi como se, combatendo a obesidade e o sedentarismo, eu tivesse criado anticorpos para outros males.
O que perdi em peso ganhei em confiança em mim mesma.
Emergi desse processo com a certeza de que cada minuto de batalha valeu a pena.
Aos 40 anos, comecei a ser uma mulher saudável.
Portanto, não espere um futuro determinado pelos outros.
Como cantou Geraldo Vandré — deixando o contexto histórico de lado, porque o que interessa agora é a dimensão pessoal da conclamação: “Quem sabe faz a hora / não espera acontecer”.
Enquanto não conseguirmos alterar as circunstâncias que nos rodeiam, como a proliferação do vírus, inventemos nossas próprias vacinas.
Fortalecer nossa imunidade contra outras doenças do corpo, do espírito, da carreira profissional e nas nossas relações de vida.
Publicado em Veja de 1 de julho de 2020 (edição nº 2693).
Junte-se a mais de 100,000 pessoas que recebem conteúdos semanais por e-mail.
Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.