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Ninguém gosta de receber correspondências da escola sobre o comportamento dos filhos. Mas, e sobre o peso das crianças? Na Inglaterra, correspondência alerta sobre o estado físico dos pequenos. Imagine como seria interpretada esta política por aqui.
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Não estamos acostumados a ver ninguém nos chamar a atenção de como educamos nossos filhos.
Mas, será que um olhar externo não poderia nos fazer enxergar o que é evidente?
Na Inglaterra, uma polêmica a respeito tem alimentado a imprensa.
Naquele país, especialistas em saúde têm se pronunciado sobre mudanças necessárias nas cartas que as escolas estão enviando aos pais, alertando-os de que seus filhos estão com sobrepeso ou obesos.
Embora a intenção seja boa, a aceitação vai na contramão.
Isso porque apenas um em cada cinco famílias entrevistadas disseram achar a chamada “carta de gordura” uma coisa útil, de acordo com a Royal Society for Public Health.
A carta é enviada aos pais depois que os alunos de escolas primárias são pesados e avaliados, de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC).
Mas o instrumento não deverá deixar de ser utilizado.
O que educadores e profissionais médicos argumentam é que os pais precisam ser melhor preparados para receber as cartas – e para fazer melhor uso delas.
Segundo Shirley Cramer, presidente-executiva do órgão de saúde pública, “a carta deve ser vista como o início de um diálogo com os pais, e não simplesmente a sinalização se seu filho é obeso”.
Em um caso citado por reportagem do jornal The Independent, o menino Max Hurry, de cinco anos de idade, já recebeu duas missivas apenas este ano.
De acordo com seus pais, Sarah e Paul, ele leva um estilo de vida saudável, e é magro e ativo: a criança pesa 19,95 kg e mede 1,07 m de altura.
Na matéria citada, Paul Hurry declarou sentir-se acusado de ser um pai ruim.
Durante o ano letivo de 2013/14 (lá as escolas seguem um sistema diferente do nosso), o programa registrou que 23% das crianças estavam acima do peso ideal, e 10% encontravam-se obesas.
As medidas regulares servem para orientar programas oficiais de saúde.
É claro que iniciativa como esta não encontra paralelo em nosso sistema oficial.
Por aqui, o governo brasileiro resigna-se em constatar que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial.
Os dados são de estudo do Ministério da Saúde, revelados recentemente – clique aqui para ver mais.
É claro que a culpa é dos pais.
A obesidade infantil está muito mais associada a comportamentos que a determinantes genéticos.
Além da permissividade, que nos faz ceder aos apelos das mãozinhas pedindo doces e snacks todo o tempo, nossos próprios hábitos à mesa influenciam as crianças a formarem os seus.
Fazer a reeducação alimentar é um exercício que envolve não apenas a imagem que você vê no espelho, mas naquela que vai figurar nos porta-retratos da família.
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