Junte-se a mais de 100,000 pessoas que recebem conteúdos semanais por e-mail.
Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Muitos amigos nas redes sociais e na agenda do telefone? Para pessoas inteligentes, menos é mais. Estudo revela como, quanto mais contatos, mais infeliz um alto QI se torna.
Os quarenta anos dos celulares – Como seria sua vida sem ele?
Você, robô – Estamos nos comportando como iDiots
Segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, “o inferno são os outros”.
É possível que as pessoas inteligentes concordem com esta afirmação com mais frequência.
É o que intuímos diante de uma nova pesquisa, assinada pelos professores Satoshi Kanazawa (London School of Economics) e Norman Li (Singapore Management University).
A tese do estudo é a de que o estilo de vida de nossos antepassados coletores-caçadores formam a base do que nos torna feliz nos dias de hoje.
Nas palavras da pesquisa, divulgada no British Journal of Psychology, “as situações e circunstâncias que teriam aumentado a satisfação de vida dos nossos antepassados no ambiente ancestral ainda podem exercer influência”.
A estes fatores, os cientistas chamaram “teoria da felicidade na savana”.
A teoria foi criada para explicar duas descobertas da análise empreendida em pesquisa respondida por 15 mil participantes, entre 18 e 28 anos.
A primeira foi a de que as pessoas que habitam áreas mais populosas tendem a reportar menor satisfação com a vida.
A segunda foi a de que, quanto mais interações sociais com amigos próximos uma pessoa tem, maior será sua felicidade.
Mas há uma grande excessão.
Quanto mais inteligente for a pessoa, estas correlações são invertidas.
“O efeito da densidade populacional na satisfação com a vida foi mais que o dobro para indivíduos com baixo QI”.
E “indivíduos inteligentes demonstraram menos satisfação com a vida se socializassem com amigos com mais frequência”.
A descoberta sugere que pessoas inteligentes têm menor disposição em gastar tempo socializando, porque estão focados em algum objetivo.
Mas a “teoria da savana” pode oferecer uma outra explicação.
A ideia começa com a premissa de que o cérebro humano evoluiu para responder às demandas de nosso ambiente ancestral.
Nas savanas africanas, a densidade populacional era menos de uma pessoa por quilômetro quadrado.
Este cérebro evoluiu de um ambiente primitivo para, por exemplo, Manhattan (densidade populacional: 27.685 pessoas/km2).
Como podemos ver, a adaptação ainda não está completa.
A situação é similar com as amizades.
Nossos ancestrais viviam em bandos de cerca de 150 indivíduos.
Ter contatos frequentes com amigos e aliados era fundamental para a sobrevivência de nossa espécie.
A partir deste ponto, a vida humana mudou drasticamente e é provável que nossa biologia não tenha acompanhado completamente o ritmo.
Junte-se a mais de 100,000 pessoas que recebem conteúdos semanais por e-mail.
Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.