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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Ao final da pandemia, aposto que muitos comportamentos serão revistos. O consumo de bebidas alcoólicas será um deles. Leia meu artigo, que foi publicado originalmente na revista Veja.
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O consumo de álcool está em declínio no mundo todo.
Claro que não me refiro ao produto em gel indispensável nesses tempos de Covid-19.
Falo das bebidas destiladas e fermentadas que, além de atrasarem o metabolismo e acabarem com a nossa energia, fazem mal à saúde.
Até pouco tempo atrás, bebia-se para socializar.
Hoje socializamos o tempo todo nos celulares e nas redes sociais.
Os jovens começam a beber mais tarde e, consequentemente, estão bebendo cada vez menos.
O fenômeno é mundial e cresce inclusive em países em desenvolvimento.
O consumo de álcool como traço comportamental parece seguir o mesmo caminho do cigarro.
Há inclusive países estudando exigir advertências mais ostensivas nos rótulos de cervejas, vodcas, gins e companhia.
As novas gerações estão cada vez mais atentas a saúde e aos efeitos dos maus hábitos no corpo.
A era dos excessos parece ter ficado para trás, e a moderação nos hábitos etílicos aparenta ser a tônica de um novo mundo.
A geração Z gosta de encontrar propósito em tudo que faz.
Tanto que os coquetéis voltaram com tudo à moda, no esforço de resgatar histórias de drinques clássicos que confiram sentido ao hábito de beber.
Mas qual seria realmente o propósito de se embriagar num mundo onde impera a falta de tempo, a pressão por resultados, pelos cuidados com o corpo e que adora socializar o tempo todo?
Se for para dormir mal à noite, que seja trabalhando num projeto pessoal, conversando no grupo do WhatsApp ou assistindo a mais um episódio daquela série predileta.
Nem para quebrar o gelo numa paquera o álcool serve mais.
O “touch screen” do celular roubou seu papel.
Hoje vemos um esforço muito maior da indústria para estender ao máximo o habito social de beber.
As cervejarias e alambiques artesanais roubam mercado das grandes industrias caprichando no design de garrafas e rótulos.
As produzidas industrialmente trazem novos sabores: vale até cerveja de gim tônica!
Mas tal como ocorreu com a indústria tabagista, nada parece suficiente para reverter uma tendência inequívoca no mundo: as pessoas estão encontrando novas maneiras de relaxar e sentir prazer sem fazer uso do álcool.
No início deste ano, a maior produtora de cerveja do mundo reviu suas projeções de lucro futuro.
E uma das respostas que a indústria está dando a queda do consumo está no lançamento de cervejas sem álcool.
A Heineken Zero Álcool anunciou nos metrôs de Nova York seu novo conceito de produto com 69 calorias para ser consumido em happy hours agendados em academias: “NOSSO pacote de seis não compromete o SEU pacote de seis (referência a expressão “six-pack”, traduzida tanto como “abdome definido” quanto como “embalagem de seis latinhas”).
Se vai funcionar, só o tempo vai dizer.
Aqui no Brasil o consumo de arroz, feijão, ovos, leite e frango cresceram bastante nesses tempos de quarentena – segundo dados divulgados pelo varejo.
Já o consumo de carne, especialmente cortes nobres de churrasco, assim como o de cerveja, tiveram retração.
Dá para imaginar realmente que ninguém está disposto a reunir amigos na pandemia para assar uma costela no carvão.
Mas cerveja, teoricamente, poderia se tomar em casa!
Não bastasse esse chopp já estar um pouco choco, agora ainda há um vírus boiando nele.
Este texto foi originalmente publicado na revista Veja.
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