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Imagine se os rótulos dos alimentos, além da contagem de calorias, viessem com a indicação de quanto exercício seria necessário para queimá-las. Uma lata de refrigerante, por exemplo, precisa de 50 minutos de malhação para ir embora. Antes de comprar, pensaríamos duas vezes.
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Se rótulos recomendassem exercícios, a simples prática do pensamento diante dos produtos poderia acabar com a compra por impulso de produtos “engordativos”.
Este é o trabalho (e o sonho) da professora Sara Bleich, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos. Uma luta contra os interesses dos fabricantes e vendedores – e a favor da redução do consumo do açúcar escondido.
Em testes, avisos com este objetivo foram colocados em rótulos de refrigerantes e sucos prontos, em supermercados de Baltimore. A meta de exercícios necessários foi calculada tendo como base a taxa metabólica de adolescentes negros de 15 anos e 50 quilos. Este grupo consome, em média, duas vezes mais desta categoria de bebidas que o máximo recomendado pela American Health Association.
Os rótulos com a quantidade de exercícios fizeram cair a venda de refrigerantes e sucos. Quando houve, foram consumidos em embalagens menores. O aprendizado foi efetivo e duradouro, já que o comportamento de compra continuou reduzido ainda depois da retirados os avisos. 40% dos jovens declarou terem mudado ou eliminado o hábito de tomar bebidas açucaradas.
Segundo Sara, a experiência funcionou porque foi possível “enxergar” o esforço necessário para queimar as calorias consumidas. Do modo tradicional, a menção ao número de calorias cumpre a lei, mas não impacta. O motivo é que não entendemos o que significam, simplesmente porque não gostamos de números. O ideal seria que os fabricantes informassem o que devem, mas de forma mais visual e didática.
A próxima etapa do estudo é ampliar os testes para áreas onde vivam jovens de origem hispânica, e aplicar os rótulos em alimentos sólidos. Segundo pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 21% dos negros, 23% dos hispânicos e 16% dos brancos daquele país bebem pelo menos uma lata de refrigerante por dia. Com tudo isso, Sara reúne provas para convencer os legisladores a mudarem a maneira como as empresas comunicam o que vendem.
O objetivo final é revelar a verdade por trás dos rótulos, para que tenhamos consciência e razão, e não apenas impulsos e emoção, para nos relacionarmos com os produtos.
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