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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
O vinho tem sido a bebida do isolamento. Leia meu artigo, que foi publicado originalmente na revista Veja.
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Num período em que a economia está travada, chama a atenção que as vendas de bebidas alcoólicas estejam explodindo como a rolha de um espumante.
As garrafas são, sem dúvida, uma das maiores estrelas do delivery.
Estatísticas mostram que, desde o início do distanciamento social, o comércio online desse segmento cresceu inacreditáveis 800%.
Se as adegas têm o que comemorar, não se pode dizer o mesmo dos seus clientes.
O cenário mundial não está para celebrações ou confrarias, para dizer o mínimo.
Mesmo os que estão contornando com criatividade as dificuldades naturais destes tempos, provavelmente não têm ânimo para brindar nada além da resiliência.
O álcool traz promessas de prazer e alertas de ameaças. Beber não torna ninguém necessariamente alegre.
A impressão se popularizou porque, socialmente, o efeito desinibidor da primeira taça costuma ficar com todos os louros.
Mas é uma impressão errada, quando se consideram outras situações.
A bebida, na realidade, apenas tende a potencializar as sensações.
Se você está alegre, ela talvez faça com que pise nas nuvens.
Se está triste, ela provavelmente o afundará ainda mais.
A bebida em si é neutra.
É como a faca afiada, que pode ser usada para garantir o corte delicado de um sushi, mas pode também machucar.
Tudo depende das pessoas.
Há o inseguro, que bebe para ficar interessante.
E há o esnobe, que bebe para diminuir a própria resistência à chatice alheia, ou seja, para tornar os outros interessantes.
Em plena reclusão da pandemia, beber pode ser um problema.
Considere que estamos todos mais sujeitos à ansiedade, tentando manter a estabilidade emocional e a saúde mental.
Nessa situação, usar a bebida como válvula de escape é um tiro que pode sair pela culatra.
Então, o jeito é deixar fechada a garrafa comprada online?
Não.
Embora destilados e fermentados em geral certamente combinem com festejos gregários, nada contra degustar um bom copo, ou taça, a dois ou em família.
Entre as muitas opções disponíveis, não hesito em recomendar o vinho, a bebida “que alegra o coração dos homens”, como está anotado nos Salmos da Bíblia.
Ao contrário das outras, o vinho ajuda a relaxar, um conforto necessário neste momento.
Além disso, ao contrário do que muitos acreditam, não pesa tanto na balança.
Eu não tomo, por acreditar que o vinho baixa meu metabolismo, mas minha filha perdeu 20 quilos sem abrir mão do vinho.
Vinhos são ricos em polifenóis, como o resveratrol, pertencente à classe de compostos bioativos, a base da famosa dieta da Adele, que apareceu 45 quilos mais magra no seu perfil do Instagram, mesmo tomando vinho e comendo chocolate amargo.
Será?
Talvez seja bom demais para ser verdade.
Eventuais exageros à parte, no entanto, a dieta da cantora – a Sirtfood, proposta por nutricionistas ingleses – tem lá sua lógica: o emagrecimento seria estimulado pelos polifenóis, que ativam as enzimas sirtuínas, cuja ação antioxidante ativa a queima de gordura.
De qualquer maneira, o vinho está longe de ser o vilão das dietas. Michel Montignac, criador do método de emagrecimento que leva o seu nome defende que perder peso não exige abdicar do prazer de comer ou beber.
O objetivo, segundo o francês, é consumir carboidratos com índice glicêmico baixos (até 35), para permitir que nossa enzima de perda de peso (triglicerídeo-lipase) seja ativada.
O interessante é que o vinho, curiosamente, tem índice glicêmico igual a zero.
Aí está uma excelente desculpa para seu próximo brinde.
Este texto foi originalmente publicado na revista Veja.
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